1923
Fernando Távora nasce no Porto, a 25 de Agosto.
Fernando Távora nasce no Porto, a 25 de Agosto.
Matricula-se na Escola de Belas-Artes do Porto.
Inscreve-se no Curso Superior de Arquitetura, depois de concluir o Curso Especial.
Inicia atividade profissional, de modo ainda embrionário, em conjunto com o irmão Bernardo, engenheiro civil, mais tarde com Fernando Lanhas.
No Semanário monárquico Aleo publica uma primeira versão de O Problema da Casa Portuguesa.
Publica em Cadernos de Arquitectura a versão definitiva de O Problema da casa Portuguesa com uma segunda parte intitulada Falsa Arquitectura. Para uma Arquitectura de Hoje.
Viagem pela Europa: San Sebastián, Roterdão, Bruxelas, Antuérpia, Berna, Zurique, Roma, Milão, Siena, Cannes, Nice, Chartres, Marselha, Lyon, Paris. Visita as obras do racionalismo italiano, o núcleo industrial da Olivetti de Figini e Pollini, o Pavilhão Suíço da Cité Universitaire de Paris, de Le Corbusier.
Entra para a Câmara Municipal do Porto, onde trabalhará até 1954.
Viagem a Itália na companhia do irmão, Bernardo Ferrão, e de Torcato Álvares Ribeiro: parte de Lisboa, faz escala em Gibraltar e no Norte de África, com destino a Palermo, Nápoles, Florença, Milão, Como, Turim, Bérgamo, Veneza. Visita obras de Terragni, Persico, Figini, Rogers, Muzio, Pietro Lingeri, Peressuti, Bottoni. Leva a intenção específica de estudar o QT8 em Milão.
Após o 1º. Congresso Nacional de Arquitectura, é convidado a participar numa reunião do grupo portuense ODAM (Organização dos Arquitectos Modernos).
Conclui o Curso Superior de Arquitetura, na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, com o CODA “Casa sobre o Mar”.
É convidado por Carlos Ramos, juntamente com José Carlos Loureiro, a ensinar na ESBAP como assistente.
Participa, com Carlos Ramos, no II Congresso da Union Internationale des Architectes, UIA, em Rabat, que teve como tema Comment l’Architecte s’acquitte-t-il de ses Tâches Nouvelles.
Encontra pela primeira vez Le Corbusier ao participar, juntamente com Viana de Lima, no VIII CIAM, The Heart of the City, em Hoddesdon.
Participa, em Veneza, na Conferenza Internazionale degli Artisti, promovida pela UNESCO. Frequenta também o Primeiro Curso de Verão dos CIAM, no IUAV. Encontra Ernesto Nathan Rogers e assiste às aulas de Giovanni Astengo, Luigi Piccinato e Bruno Zevi, bem como às conferências de Le Corbusier e Lúcio Costa.
Novamente com Viana de Lima, faz parte da representação portuguesa ao IX CIAM, Habitat, em Aix-en-Provence.
Integra o Comité des Travaux do III Congresso da UIA, L’Architecture à la Croisée des Chemins, tendo como incumbência o tema “Techniques Traditionnelles de la Construction Portugaise”.
Abandona o trabalho como arquiteto da Câmara Municipal do Porto. Deixa o escritório do Edifício Atlântico, na Praça D. João I, e muda-se para a Rua Duque de Loulé.
Casa-se com Maria Luísa Rebelo de Carvalho Menéres, com quem virá a ter três filhos: José Bernardo, Maria José e Luísa.
Inicia a sua participação no Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa, que viria a ser publicado em 1961, coordenando a equipa do Minho, com Rui Pimentel e António Menéres.
Álvaro Siza começa a sua colaboração no escritório de Távora, que durará até 1958.
Participa no X CIAM, La Charte de L’Habitat, em Dubrovnik, com Viana de Lima. O CIAM-Porto - Viana de Lima, João Andresen, Fernando Távora, Arnaldo Araújo e Octávio Lixa Filgueiras - apresenta o “Plano de uma Comunidade Agrícola”. Távora integra a Comissão B, com Franco Albini, Geir Grung, Grupo GAMMA, Rolf Guttmann, Arne Korsmo, Nicolás Quintana, Alison Smithson, Peter Smithson, Aldo Van Eick e Shadrach Woods.
Primeiro lugar no concurso para a construção de um Restaurante e uma Casa de Chá em Leça da Palmeira. Álvaro Siza tem um papel preponderante no projeto.
Entra como consultor para a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.
É oficialmente reconhecido Assistente do Curso de Arquitetura da ESBAP.
A sua obra integra a exposição Contemporary Portuguese Architecture, na Smithsonian Institution, em Washington.
Casa de Férias, Ofir.
Docente no Curso de Férias da UIA – “Escola Primária - Jardim Infantil. A Escola e o Urbanismo”, com conferências de Alfred Roth e Charles Herbert Aslin e com três tutores - Guy Lagneau, Robert Auzelle e Günter Wilhelm.
Participa na reunião do CIAM em Otterlo, na Holanda. Apresenta os projetos do Mercado Municipal de Vila da Feira e da Casa de Férias em Ofir.
Concorre a uma Bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, com a duração de quatro meses, com o intuito de estudar os métodos de ensino de Arquitetura e Urbanismo em diversos institutos e universidades dos Estados Unidos da América.
Convidado para participar na World Design Conference, WoDeCo, a ter lugar em Tóquio, Távora estende o pedido de bolsa, de modo a abranger a viagem ao Japão.
Mercado Municipal, Santa Maria da Feira.
Confirmada a atribuição da bolsa, entre Fevereiro e Junho, leva a cabo a Viagem de Estudo durante a qual elabora um diário minuciosamente ilustrado. Encontra-se com Louis Kahn, visita as obras de Frank Lloyd Wright e de Mies van der Rohe em Chicago. Visita Taliesin East e West. Visita a Cidade Imperial de Katsura e os jardins de Quioto. As principais etapas da viagem são: Washington, Filadélfia, Nova Iorque, Boston, Chicago, Taliesin, Tóquio, Quioto, Banguecoque, Beirute, Cairo, Gizé e Atenas. Em Tóquio participa na World Design Conference.
Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição, Matosinhos.
Participa no XXVI Congresso da UNESCO, em Paris.
As suas obras integram a II Exposição Geral de Artes Plásticas, da Fundação Calouste Gulbenkian, que teve lugar nas instalações da Feira Internacional de Lisboa. São premiadas a Escola Primária do Cedro, em Vila Nova de Gaia, e o Mercado Municipal de Vila da Feira.
É publicado o livro Arquitectura Popular em Portugal, com o resultado do Inquérito iniciado em 1955, onde coordenou a equipa da Zona I (Minho, Douro Litoral e Beira Litoral), composta por Rui Pimentel e António Menéres.
Escola Primária da Quinta do Cedro, Vila Nova de Gaia
Publica a tese Da Organização do Espaço.
Participa no Encontro de Royaumont, promovido pelo Team X e organizado por Georges Candilis, Alexis Josic e Shadrach Woods. Estiveram presentes, entre outros, Christopher Alexander, Jaap Bakema, José Antonio Coderch, Giancarlo De Carlo, Ralph Erskine, Aldo van Eyck, Amâncio Guedes, Kishu Kurokawa, Alison Smithson, Peter Smithson, James Stirling e Colin St. John Wilson.
Concorre a Professor do 1.º Grupo da ESBAP, Prova de Grande Composição. Obtém a habilitação, mas não a cátedra, atribuída a Octávio Lixa Filgueiras.
Participa no XVII Congresso da Federação Internacional de Arquitetura e Urbanismo, em Paris.
Publica na revista L’Architecture d’Aujourd’hui, “École primaire à Vila Nova de Gaia, Portugal”.
Carlos Ramos sai da direção da ESBAP, por atingir o limite de idade. Os estudantes, ainda em luta contra a Reforma de 1957, sentem o apoio constante de Fernando Távora.
Inicia-se o Estudo de Renovação do Barredo, plano pioneiro no âmbito da reabilitação urbana, cujo relatório é entregue em maio de 1969.
Viagem à Finlândia. Visita obras de Alvar Aalto com Álvaro Siza, Rogério e Cecília Cavaca, entre outros.
Organiza com Manuel Tainha o II Encontro de Estudo da Secção Portuguesa da UIA e do Sindicato Nacional do Arquitetos, onde convidam Vittorio Gregotti.
Na sequência da luta contra a Reforma de 1957, pela “autonomia funcional” da ESBAP, demite-se juntamente com outros professores de Arquitetura. As aulas ficaram suspensas.
Obtidas garantias por parte do Ministério da Educação, os professores regressam e as aulas reabrem. Tem início um período pedagógico em regime experimental, que ficou conhecido como a “Experiência”.
Integra a Comissão Coordenadora do Curso de Arquitetura, composta por três professores (Fernando Távora, Octávio Lixa Filgueiras e Jorge Gigante) e três alunos (Ricardo Figueiredo, José Garrett e Rui Louro).
Profere uma palestra no Círculo Almeida Garrett, do Porto, sobre a experiência pedagógica da Escola Superior de Belas Artes, no Curso de Arquitetura.
Após o 25 de Abril, a ESBAP recentra-se em torno da experiência do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) e do apoio ao Movimento de Moradores do Porto, assim como do debate sobre novos enquadramentos pedagógicos para o ensino da Arquitetura, as Bases Gerais.
Passa a Professor efetivo da ESBAP.
Associa-se a Alfredo Matos Ferreira, uma colaboração profissional que se manteráaté 1982.
Participa no SAAL como coordenador das Brigadas de Miragaia e da Prelada.
Viagem à Grécia, com Alcino Soutinho, Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza, José Grade, Luísa Brandão, Sérgio Fernandez, entre outros.
Na ESBAP estabiliza-se o Plano de Estudos em torno das Bases Gerais e consolidam-se a autonomia científica e pedagógica da Arquitetura; a centralidade disciplinar do ensino da prática; a construção gradual de um corpo teórico pertinente e autónomo.
Em conjunto com Álvaro Siza, Bernardo Ferrão e Francisco Barata, publica “Barredo: Operazione di rinnovo urbano”, no número 18 de Lotus International, num dossier dedicado ao Processo SAAL.1
É instituída a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Nomeado Académico Correspondente da Academia Nacional de Belas Artes.
Preside à Comissão Instaladora da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Participam ainda Joaquim Sampaio, José Pereira de Oliveira, Alexandre Alves Costa e Domingos Tavares.
Exposição Fernando Távora: Viagem ao Desenho de Viagem, na ESBAP.
Integra o concurso e, na sequência, a exposição Monte Picoto – Cinco Ideias. Alcino Soutinho, Álvaro Siza, Fernando Távora, Alfredo Matos Ferreira, Gonçalo Byrne, em Braga.
Consultor do recém-criado “Gabinete do Centro Histórico”, em Guimarães, dirigido por Alexandra Gesta.
Integra a exposição Onze Arquitectos do Porto. Imagens recentes, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa.
Leciona a disciplina de Teoria Geral da Organização do Espaço no âmbito do novo Plano de Estudos da futura Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Forma-se o Gabinete Técnico Local, de Guimarães. Fica a funcionar no edifício por si reabilitado, conhecido como “Casa da Rua Nova”.
Recebe o prémio “Património e Turismo”.
A reabilitação da Casa da Rua Nova, em Guimarães, recebe o “Prémio Europa Nostra”.
Pousada de Santa Marinha da Costa, em Guimarães.
É formalmente criada a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Fernando Távora é o Presidente do Conselho Científico. Inicia-se o processo para a realização das novas instalações no Campo Alegre, com projeto de Álvaro Siza.
A Pousada de Santa Marinha da Costa, em Guimarães, recebe o Prémio Nacional de Arquitectura, atribuído pela Associação dos Arquitectos Portugueses.
A sua obra integra as exposições Arquitectura, Pintura, Escultura e Desenho. Património da Escola Superior de Belas Artes do Porto e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, na galeria do Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto; Architectures à Porto, na Opus Incertum d’Architecture, de Clermont-Ferrand; e Prémios Nacionais de Arquitectura, na Associação dos Arquitetos Portugueses.
Recebe a Medalha de Ouro da cidade do Porto.
Exposição Fernando Távora, na Galeria Quadrado Azul, no Porto.
Inicia a sua colaboração com a Universidade de Coimbra. Integra a Comissão Instaladora do Curso de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia. Participam ainda nessa comissão Alexandre Alves Costa, Domingos Tavares, Margarida Ramalho, Lusitano dos Santos e Artur Soares Alves.
Integra as exposições Quinta Mostra Internazionale di Architettura, da Bienal de Veneza; Arquitectura Contemporânea Portuguesa Anos Sessenta/Anos Oitenta, na Fundação de Serralves, no Porto; e Points de Repère: Architectures du Portugal,na Europália 91, em Bruxelas.
Integra a primeira Comissão Científica do Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Presidida por Margarida Ramalho, é composta ainda por Alexandre Alves Costa, Domingos Tavares, Lusitano dos Santos, António Reis Cabrita, Raúl Hestnes Ferreira, José Carlos Teixeira e José António Bandeirinha.
Participa nas exposições Architettura e Natura, na XVIII Esposizione da Trienal de Milão, e Oporto Cuatro Arquitectos: Alves Costa, Távora, Siza, Souto de Moura, em Sevilha, do Colegio Oficial de Arquitectos de Andalucia Occidental.
Profere a última aula do seu magistério na FAUP, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto.
Recebe o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra.
É agraciado pela Presidência da República com a Comenda da Ordem Militar de Sant’Iago de Espada.
Grande exposição retrospetiva, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, intitulada Fernando Távora – Percursos. Posteriormente, é levada à Bienal de São Paulo, no Brasil.
Recebe, da Associação Internacional de Críticos de Arte, o Prémio AICA-SEC Arquitetura.
Integra a Comissão Instaladora do Departamento Autónomo de Arquitetura da Universidade do Minho, em Guimarães. Presidida por Carlos Bernardo, é ainda composta por Alexandre Alves Costa, Domingos Tavares, José Manuel Vieira e José Gomes Mendes.
Funda, com o seu filho José Bernardo, a Sociedade “F. Távora & J. B. Távora, Arquitectos, Ldª.” O ateliê muda para um novo edifício, projetado por Álvaro Siza, na Rua do Aleixo. Partilha o edifício com Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura.
Prémio de Carreira da Primeira Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Engenharia Civil, em Madrid.
Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Integra a Comissão Consultiva Externa do Departamento Autónomo de Arquitectura da Universidade do Minho, que integra ainda Carlos Bernardo, Alexandre Alves Costa, Sergio Fernandez, Joaquim Vieira e Paulo Varela Gomes.
Exposição Fernando Távora, organizada pela Associação Corunhesa “PrimeroAndar”. Com início na Corunha, vem depois a Guimarães e a Coimbra.
Exposição Fernando Távora, Coimbra, na Bienal de Arquitectura de São Paulo.
Recebe a Medalha de Ouro da cidade de Guimarães.
Recebe o grau de Doutor Honoris Causa, pela Università luav, de Veneza.
Recuperação dos Antigos Paços do Concelho, Porto
Integra a Exposição Disegnare nelle Città — Architettura in Portogallo 2004, na Trienal de Milão.
Fernando Távora morre no Porto, a 3 de setembro. As suas cinzas repousam junto a uma cameleira, na Casa da Covilhã.